PARÓQUIA

Tirou esta freguesia o seu nome da pequena capela de São Roque que ali existia e onde se estabeleceu a sede da nova paróquia. A ermida foi construída pelos moradores do sítio, em ano anterior á criação da paróquia. O Dr. Álvaro Rodrigues de Azevedo, fundado no mandado do Conselho da Fazenda, de 19 de Maio de 1704, que determina seja dada de arrematação a construção da nova igreja e da sacristia pela importância de 795$000 réis, parece concluir que a igreja actual foi edificada naquele ano. Esta construção, ou antes, acrescentamento, deu-se na capela que existia no sítio ainda hoje conhecido pelo nome de Igreja Paroquial que julgamos ser o local da primitiva capela de São Roque. Parece que foi pouco sólida essa construção, por isso que por 1790 abateu a igreja, ficando incapaz de ser aplicada ao serviço do culto. As funções religiosas passaram a ser exercidas numa pequena capela, cuja invocação ignoramos.
A igreja actual começou a ser edificada no princípio do século XIX, mas foi morosa a sua construção, tendo sido dadas por concluídas as respectivas obras por meados do mesmo século. No entretanto, foi servindo de igreja paroquial desde os anos de 1820.
Existem nesta freguesia as capelas de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Alegria, Nossa Senhora do Rosário e Santana e há muito que desapareceu a Capela do Rosário e da Nossa Senhora da Esperança. Esta última damos sucinta noticia noutro lugar.
Os principais sítios desta paróquia são: Achada, Muro da Coelha, Conceição, Fundoa, Igreja Velha, Calhau, Igreja Nova, Alegria, Bugiaria, Lombo Segundo, Lombo de João Boieiro e Santana. O número dos seus habitantes é de 3289 (1921).
fonte: Elucidário Madeirense Vol. III (O-Z)
HISTÓRIA DE SÃO ROQUE

São Roque nasceu no ano de 1295, provavelmente em Montpellier, na França. Quando nasceu, todos ficaram bastante surpreendidos por causa de uma marca no seu peito: uma cruz vermelha. Roque pertencia a uma família nobre, distinta e abastada. O seu nascimento foi considerado uma grande benção de Deus, fruto e resultado de muita orações da sua mãe Libéria, que era muito devota da Nossa Senhora. Orava e pedia a insistentemente a Nossa Senhora a graça de poder ter um filho, mesmo já estando em idade avançada. O seu pedido foi atendido. Imensamente grata a Deus e a Nossa Senhora, dedicou-se à educação de seu filho Roque, incutindo-lhe a devoção a Nossa Senhora.
Roque ficou órfão entre os quinze e os vinte anos de idade e herdou uma grande fortuna. Porém, como cristão convicto, Roque desejava viver na pobreza, à semelhança de Jesus Cristo. Por este motivo quis repartir todos os seus bens entre os pobres, fazendo-o em segredo, como disse Jesus. A sua pouca idade, porém, não permitia que ele se dispusesse dos bens, que acabou confiando a um tio. Depois, partiu sem nada para a cidade de Roma, mendigando ao longo do caminho.
São Roque viveu por três anos na cidade de Roma e passava muito tempo em oração na sepultura dos apóstolos. Contraiu a praga e para não ocupar mais um lugar no hospital, rumou à floresta para esperar a morte. Pela graça de Deus, viu nascer, bem perto da cabana onde vivia, uma pequena fonte de água límpida e cristalina. Ao beber e ao se lavar nas águas sentia grande alívio nas suas feridas.
Encontrado, certo dia, por um cão, este começou a levar pão para São Roque. O dono do cão, notando a regularidade com que o animal fazia isto, seguiu-o e encontrou o santo. Roque ficou curado da doença e conseguiu a conversão do seu benfeitor. Permaneceu algum tempo em Piacenza e curava os doentes.
Chegado a Toscana, em Aguapendente, na Itália, viu a grande mortalidade causada pela peste. Pediu, então, permissão para ajudar os doentes. Assim que Roque se encontrou entre os enfermos, cessou a epidemia em toda a cidade. O mesmo aconteceu em Cesena e em outras localidades, tendo curado muitos fazendo apenas o sinal da cruz. Dizia-se que a peste fugia de Roque.
Ao retornar a Montepellier, a sua terra natal, não o reconheceram e acabou preso. Pensavam que era um espião disfarçado de peregrino, pois decorria uma guerra civil. Roque ficou na prisão por cinco anos. No dia 16 de agosto de 1327, foi encontrado morto na cela e, então, realizou-se o primeiro milagre depois de morto. O carcereiro, que era manco desde o nascimento, ficou curado ao tocar o corpo de São Roque com o pé, para ver se ele estava vivo, dormindo, ou se estava morto. Ao tirarem a sua roupa para sepultá-lo, ele foi reconhecido por causa da cruz marcada no peito.
No Concílio de Constance (1414 – 1418), a praga ainda ameaçava a população. Os dirigentes pediram a proteção e a intercessão de São Roque e a praga acabou. Por esta razão a sua canonização e seu culto foram aprovados rapidamente. As relíquias de São Roque foram levadas para Veneza. São Roque é reverenciado e invocado na França e na Itália como protetor contra doenças e pragas.
SIGNIFICADO E SIMBOLISMO
São Roque é invocado como padroeiro dos inválidos, dos cirurgiões e do gado. É representado com um cão ou como um peregrino usando uma capa, chapéu, botas e, às vezes, segurando um bordão. Como protetor dos cães, São Roque é mostrado com o cão lambendo as suas feridas.
As Festas em honra de São Roque decorrem anualmente no mês de agosto, ao longo de vários dias, sendo o dia 16 o dia do Padroeiro.
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